Thaís e Augusto, fizeram um roteiro de 11 dias na Sicília, dos quais nove dias inteiros. Era a primeira viagem deles para a Itália e escolheram justamente o sul do país. Algo bastante incomum, uma vez que a maior parte das pessoas dá preferências às metas clássicas, como Florença, Veneza e Milão.
Roteiro de 11 dias na Sicília – Por Thaís e Augusto
Fomos para a Itália pela primeira vez, mas a Sicília já era o foco principal. Se não desse para viajar pelo restante do país, ficaríamos só na ilha. Pena que não pudemos conhecer tudo, mas com certeza voltaremos! No total foram 11 dias por lá.
Fomos em novembro de 2014, as temperaturas já não estavam muito quentes, mas não precisamos levar muita roupa de frio, eu, inclusive exagerei na mala com roupas muito quentes e nem usei tudo.
Compramos as passagens com pouco mais de 1 mês de antecedência, não foram assim tão baratas, mas estavam dentro da média. Não encontramos voos diretos para a Sicília, então tivemos que trocar de avião em Roma, e lá o voo para Palermo atrasou, infelizmente. Era para chegarmos em torno das 16h, mas chegamos às 19h no destino final. Pegamos um táxi no aeroporto, deu um certo trabalho para os taxistas saberem onde ficava o hostel, mas logo que eles identificaram o Monte Pellegrino (montanha que fica entre as praias de Mondello e o restante de Palermo) sabiam para onde ir. Ficamos no Mondello Suítes.
Dias 1 e 2: Palermo
Nem pudemos aproveitar o dia da chegada, pois os dias já estavam bem curtos, depois das 17h o sol já se escondia e até as 18h já estava bem escuro, por conta da época do ano. Jantamos bem perto do hotel, na Pizzeria 4 Passi. Fomos caminhando e em torno de 5 minutos chegamos lá. O bairro era bem tranquilo e seguro, apesar de ter tido dias que as luzes dos postes não estavam funcionando e andar na escuridão me deu um certo medo.
Para irmos ao centro de Palermo, íamos de ônibus. Demos sorte da primeira vez que o motorista tinha dinheiro trocado para os bilhetes, mas teve vezes que não tinha e tivemos que comprar mais bilhetes do que o necessário (que usamos em outros dias), e depois aprendemos a comprá-los com antecedência.
Apesar de ficarmos 6 dias em Palermo, passeamos por lá 2 dias apenas, o primeiro dia foi o da chegada e nem fizemos nada, no segundo dia não conseguimos acordar tão cedo por conta do fuso-horário e não conhecemos a Catacumba dos Capuchinhos, que era a programação para aquela manhã.
Descíamos do ônibus sempre na praça Politeama, nesse dia caminhamos pela Via Roma até o mercado La Vucciria, onde almoçamos e depois passeamos pelo bairro árabe (La Kalsa). Voltamos para o hostel em torno das 18h e jantamos perto do hostel novamente, num pub da Birreria Moretti, na mesma quadra da pizzeria do dia anterior.
Dia 3 – De carro até Erice
No terceiro dia, acordamos e fomos retirar o carro que eu já havia reservado online, e seguimos para Erice.
Quando chegamos em Erice estava chovendo bastante e já era quase 12h, então depois de trocar moedas para poder pagar o estacionamento na entrada da cidade, já paramos para comer em um restaurante logo na entrada, o Postale 17, logo depois passeamos pela cidade até o final do dia.
Durante o passeio, uma senhora saiu à janela, em alguma ruela da cidade, e apontou pra o chão e disse algo que não entendemos, depois de algum tempo ela pegou uma pedra e apontou novamente. Finalmente entendemos que ela queria dizer que ali na frente da janela dela ainda havia pavimentação original da fundação da cidade, com pedrinhas menores dentro de quadrados maiores, e que depois conforme os anos foram passando a prefeitura (eu acho, ou os órgãos responsáveis) substituíram por outras pedras.
Dia 4 – Um passeio em Marsala
No quarto dia, acordamos e fomos direto para Marsala, que eu só quis ir pois li o post aqui no blog! A estrada era bem tranquila, achei as estradas da Sicília muito boas num geral. Infelizmente o GPS só ‘avisou’ que tem locais de trânsito proibido quando estávamos dentro da cidade e por azar chegamos na hora que os estudantes estavam deixando uma escola.
O trânsito estava bem caótico, cheio de crianças e mochilas dividindo as ruas – que já achei extremamente apertadas – com os carros, pais parando os carros aleatoriamente para os filhos entrarem, mas depois dessa aventura automobilística, conseguimos estacionar numa zona permitida e voltamos para o centro histórico da cidade e passamos o dia todo lá.

Orla Capo Boeo – Marsala – Foto: Thaís Pires
Dia 5: Corleone
No dia seguinte, fomos até Corleone. Já sabíamos que a cidade não era um parque temático do filme do Poderoso Chefão e que sim a máfia é real e que muitas famílias perderam entes queridos por conta disso.
Chegamos num domingo e os museus estavam fechados, mas quem puder, faça o tour do “Addio Pizzo” (algo como adeus propina, que é paga à máfia), em que eles contam a história por trás das tragédias e da máfia na cidade, e que trabalham em conjunto com as cooperativas agrícolas que funcionam nas terras confiscadas da máfia.
Corleone também vale a pena pelo tour as Igrejas, são muitas mesmo! Apesar disso, não senti ser uma cidade aberta a turistas, e alguns monumentos estavam em péssimo estado. Mas adorei o fato da cidade cheirar a azeite, com muitas oliveiras pela cidade toda, e figos-da-índia também.
Dia 6: a despedida de Palermo
No sexto dia em Palermo, voltamos para devolver o carro e passearmos mais pela cidade, pela Via Maqueda, Fontana Pretoria, Catedral (que estava em reforma), por fora do Castelo dei Normanni, até uma manifestação de estudantes nós encontramos. Tentamos fazer o máximo de pontos interessantes que encontramos indicados no mapa. Jantamos em Palermo mesmo, em um restaurante atrás do teatro Politeama (tem vários), mas não me recordo o nome.

Pupi – feirinha da Catedral de Palermo – Foto: Thaís Pires
Dia 7: Rumo ao leste da Sicília
No dia seguinte, acordamos e fomos para a rodoviária de Palermo (que fica atrás da estação de trem), e seguimos para Catania (fomos com a empresa Sais Autolinee, indicação da Patrícia), o que valeu muito a pena. Viajar pelas estradas da Sicília é um encanto para os olhos. Em Catania nos hospedamos no hotel I Vespri (também reservado pelo booking.com), bem no centro, e jantamos lá por perto mesmo.
Dia 8: Savoca e Forza d’Agrò
Já no segundo dia em Catânia, fomos retirar outro carro que eu havia alugado pelo mesmo site e mesma empresa, mas o escritório era no aeroporto de Catania, para irmos conhecer os cenários dos filmes do Poderoso Chefão, as cidades de Savoca e Forza D’Agrò.
Passamos quase o dia todo em Savoca, que tranquilamente dá pra se ver em um dia ou menos. A cidade é focada na arte, existem estátuas de aço inox espalhadas, inclusive uma em homenagem ao Coppola, diretor da trilogia de filmes. Em Forza D’Agrò, não ficamos nem uma hora, foi rápido achar a igreja que serviu de locação, e como não achei nenhum parquímetro funcionando nas redondezas, fiquei com medo de levar uma multa e achei melhor irmos embora, por isso não aproveitei o restante da cidade, uma pena.
Dia 9 – Bate e volta de Catania a Siracusa
No terceiro dia em Catânia, pegamos um ônibus e fomos conhecer Ortigia. Passeamos pela ilha inteira, que é o centro histórico da cidade de Siracusa. Nem conhecemos Catânia, apenas caminhamos na volta dos passeios pelas outras cidades. Mais um motivo para voltarmos. Na volta, jantamos em um restaurante pertinho do hostel, e o melhor da viagem em relação custo/benefício, a Trattoria del Cavaliere, massas muito boas, vinho da casa também muito bom, a sobremesa, as carnes, tudo muito bom, fora os garçons muito hábeis, que era um show à parte. O que eu reparei sobre o preço nesse restaurante, é que carne e frango valiam muito a pena, mas frutos do mar e peixes eram por quilo, então o preço acabava saindo mais alto.
Dia 10: Taormina
A princípio queríamos fazer um passeio pelo Vulcão Etna, mas não foi possível, pois não me atentei para reservar com antecedência, e é necessário tênis e roupas especiais (que algumas empresas que fazem o tour fornecem ou alugam) e o tempo também precisa estar bom. Então, no dia seguinte fomos para Taormina.
Que encanto de cidade, fomos de trem, foi rápido e confortável, pois demos sorte desse horário não parar em todas as estações que tem no caminho. Passeamos pela cidade, almoçamos na Trattoria La Botte, um restaurante cheio de fotos de artistas, inclusive alguns brasileiros e até o Chuck Norris, e demos a sorte de um garçom falar português. Não conhecemos muita coisa, passeamos tranquilamente pela cidade, mas só a subida da estação de trem ao topo da montanha vale a ida. Para regressarmos para Catânia, preferimos voltar de ônibus (empresa Interbus).

Estação de trem de Taormina – Foto: Thaís Pires

Isola Bella, vista do Mirante de Taormina – Foto: Thaís Pires
Fim do roteiro de 11 dias na Sicília
No nosso último dia na Sicília, saímos de Catânia e fomos de trem até Messina. De lá pegamos a balsa e continuamos a viagem pela província de Reggio Calabria e depois seguiríamos para a Apúlia. Por último, passaríamos um dia e meio em Roma.
A estação de trem fica bem próxima da estação da onde sai a balsa, coisa de menos de 5 minutos andando, mas fica meio confuso, pois existe a estação Messina-Marítima mas não encontrei nenhum trem que passasse por ela, então descemos na estação principal de Messina mesmo, e fomos caminhando, mas, ainda bem, era do lado uma da outra. Esperamos todos os caminhões saírem da balsa para autorizarem a entrada dos passageiros sem veículo, e depois a entrada dos veículos para seguirmos viagem. Me surpreendi com a distância entre a Sicília e o continente. É muito perto, sempre li que dava pra ver a Sicília, mas não imaginava tão perto.

Estreito de messina. Arrivederci Sicilia (esquerda), ciao Calabria (direita) – Foto: Thaís Pires
***
Que interessante que foi o roteiro de 11 dias na Sicília da Thaís e do Augusto! Eles puderam conhecer os dois lados opostos da Sicília, oeste e leste. Além disso, incluíram metas que dificilmente entram em um roteiro tradicional, como Marsala e Corleone. A propósito de Corleone, muita gente tem curiosidade em conhecer a cidade, achando que lá poderiam reviver momentos do filme O Poderoso Chefão. Mas Thaís e Augusto revelaram que a cidade não tem nada de cinematográfico, muito pelo contrário.
Por fim, espero que tenham gostado de mais essa dica de roteiro pela Sicília. Agora é só começar a planejar a viagem!
Conheça todos os outros roteiros já publicados!
olá! Obrigada pelo relato, muito boa as dicas!
Gostaria de saber se para quem vai no início de junho é ainda necessário reservar a ida ao Etna com antecedência. Digo a primeira subida no funicular. Li que depois dessa subida paga (funicular Funivia Dell Etna), pode-se ir caminhando em grupos ou de jipe.
Quanto tempo antes devo então reservar? E onde?
Obrigada!
ps: Também posso mandar a você meu roteiro, após minha ida Sicília, e compartilhar aqui?
Oi Grazi,
Não entendi se você vai reservar uma excursão ou se vai por conta própria. Se for por conta própria, não é necessário reservar, você paga a subida lá mesmo no guichê do teleférico. Se for de excursão, acho que seria bom reservar no mínimo uns dois dias antes, só por garantia mesmo.
Claro que pode mandar seu roteiro! Depois me contata por email que eu te mando umas pequenas regrinhas que devem ser seguidas (estilo do texto, fotos, nada demais).
Um abraço,
Patricia
Olá Thais e Patricia,
Estou planejando viajar pela Sicilia de carro e lendo seu relato uma pergunta ficou no ar. Mesmo longe dos grandes centros há dificuldade em estacionar?
Luiz
Oi Luiz, normalmente não. Em algumas cidades turísticas, mesmo pequenas (Taormina, Ragusa, Siracusa) há estacionamentos fechados/ áreas especiais dedicadas a isso. Em outros lugares, é só deixar na rua mesmo, desde que não haja uma placa de proibido estacionar! 😉
Oi Patrícia, obrigada pela oportunidade de contribuir com o blog! Bjs. Thais
Oi Thais, eu que agradeço sua disponibilidade em compartilhar conosco suas fotos e sua experiência na Sicília!
Beijos!
Patricia