A Pignolata Siciliana, também chamada de Pignoccata em Palermo e em outras partes da Sicília, ou ainda Struffoli em outras cidade da Itália, é um doce siciliano que era típico do Carnaval. Em síntese, trata-se de pequenas bolinhas preparadas com uma mistura de farinha de trigo, ovos, manteiga e açúcar que são primeiro fritas e depois cobertas com mel ou glassê.
O nome da pignolata deriva da sua forma. De fato, a pilha de bolinhas, que formam um monte, lembram muito uma pinha (em italiano, pigna). Mas no que diz respeito aos ingredientes e cobertura, existem diferentes versões. Por exemplo, na Pignolata de Messina, metade é coberta com glacê de chocolate e a outra metade com glacê de limão. Por outro lado, na versão de Acireale ou de Palermo, usa-se mel e granulado colorido. Enfim, em Ragusa, a pignolata é imersa no caramelo.
A história da pignolata
Antes de mais nada, a pignolata está intimamente ligada à tradição do abate do porco, quando não havia frigoríficos e o animal tinha que ser abatido nos dias mais frios do ano (que coincidiam com o Carnaval).
Os subprodutos do abate, não podendo conservá-los, tinham de ser consumidos rapidamente. Sendo assim, restos, vísceras, ossos, cartilagens, peles e outros eram cozidos, obtendo-se desta cozedura dois produtos bem cobiçados: o “Frittole” (mistura indefinida de partes sólidas comestíveis) e o “Saime” (Banha), obtido a partir da dissolução e posterior arrefecimento da gordura da carne.
Entretanto, a banha era um produto muito instável e tinha que ser consumida em poucos dias, para evitar que ficasse rançosa.
Por esse motivo, o carnaval era a época em que havia bastante gordura barata para fritar, e as pessoas podiam se dar ao luxo de fazer doces também. Não é por acaso que na tradição da confeitaria italiana muitas sobremesas que são preparadas para o Carnaval são biscoitos ou docinhos tradicionalmente fritos em banha, como zeppole, chiacchiere, castagnole, struffoli, etc.
Enfim, para fazer a pignolata se usava ingredientes da tradição camponesa e que custavam pouco, como farinha de trigo, ovos e banha, recebendo o nome que chegou até nossos dias, porque no final da preparação o doce assemelhava-se às pinhas.

Pignolata de mel – Foto: Divulgação
Você sabia que o cannolo também era um doce típico do Carnaval? O motivo disso é o mesmo da pignolata: a abundância de banha para fritar!
Receita da Pignolata de Messina
É provável que a pignolata de Messina seja a menos conhecida fora da Sicília. Por isso, decidi trazer a receita dela para você tentar fazê-la aí na sua casa. É claro que a receita da pignolata se modernizou e, ao invés de banha, usa-se manteiga na massa e óleo para fritar.

Pignolata de Messina
Ingredientes:
- 300g (2 xícaras cheias) de farinha de trigo
- 3 ovos
- 20g (1 ½ colher de sopa) de manteiga
- 20g (1 ½ colher de sopa) de açúcar refinado
- 300g (2 xícaras) de açúcar de confeiteiro
- 2 colheres de sopa de grappa (ou outra aguardente)
- 3 limões (raspas das cascas + o suco)
- 200g de chocolate meio amargo
- óleo para fritar
Modo de preparar:
- Coloque em uma tigela grande 2 ovos inteiros e uma gema, a manteiga amolecida, o açúcar refinado, a aguardente, as raspas das cascas dos limões e a farinha de trigo.
- Sove até a massa ficar lisa e homogênea. Deixe descansar na geladeira por cerca de 1 hora.
- Depois disso, forme cilindos com a massa (de 1 cm de diâmetro) e corte-os em pedaços de cerca de 2cm.
- Aqueça o óleo em uma panela e frite as bolinhas, um pouco de cada vez. Disponha-as em um prato com papel toalha ou guardanados, para retirar o excesso de óleo. Por fim, deixe esfriar.
Faça o glacê de limão:
- Bata a clara que sobrou em neve, adicionando metade do açúcar de confeiteiro e o suco dos limões peneirado. Mergulhe neste glacê metade dos pedacinhos de massa.
- Coloque-os um em cima do outro como se formassem um monte.
Faça o glacê de chocolate:
- Quebre em pedacinhos o chocolate e derreta-o em banho-maria.
- Adicione o restante do açúcar de confeiteiro e misture com a batedeira. Quando o glacê estiver densa, pare de bater e despeje dentro as bolinhas de massa restantes, um pouco de cada vez.
- Disponha-as ao lado das de limão, formando um montinho, exatamente como o branco.
- Deixe esfriar na geladeira e sirva.
Rendimento: 6 porções
Enfim, embora a pignolata de Messina tenha nascido como um doce típico do Carnaval, hoje dia é possível encontrá-la o ano inteiro nas confeitarias. Inclusive é um doce que pode até fazer parte da mesa de Natal!
Planeje sua viagem
Olá Patricia!! Na minha família as “nonas”,faziam as bolinhas envolvidas no mel,e enrolavam em montinhos no papel manteiga!!
Sou tua fã…foi através de tuas indicações que tive coragem,de sozinha,programar nossa viagem à Sicilia!!
Oi Nuncia, fiquei até sem jeito ao ler que você é minha fã rsrs. Fiquei muito feliz em saber que de algum modo te ajudei a planejar sua viagem.
E também imagino que delícia que deveriam ser as bolinhas feitas pelas nonnas… daquele jeitinho que só elas sabem fazer.
Um grande abraço,
Patricia
Muito bom o seu artigo. Espero retornar em breve e experimentar as delícias Sicilianas.
Oi Maria,
Espero também que você possa voltar em breve e também conhecer outros lugares que faltaram ver.
Um abraço,
Patricia