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O Vulcão Solfatara nos arredores de Nápoles


Cada cantinho da Itália esconde um tesouro, seja artístico, histórico, cultural ou natural. E a Campânia não é diferente. De fato, há tanta coisa maravilhosa, como o centro histórico de Nápoles, a Costa Amalfitana, as ilhas de Capri, Ischia, Procida, etc., e enfim, os vulcões. Sim, no plural, porque o Vesúvio não é o único vulcão da Campânia.

Outra potência da natureza que se encontra nos arredores de Nápoles é o vulcão Solfatara.

Ao chegar a Nápoles de avião, vindo da Sicília, pude avistar da janelinha acho que duas ou três crateras de vulcões – entre os quais o Vesúvio – e desde então comecei a me animar para a visita que faria ao Vulcão Solfatara no dia seguinte.

Mas o que eu até então não tinha me dado conta é que o vulcão Solfatara fazia parte dos Campi Flegrei (que significa literalmente “campos ardentes, de fogo”), um dos supervulcões mais temidos do mundo.

O Supervulcão Campi Flegrei

Um supervulcão não é aquele vulcão tradicional, em forma de cone, que a gente está acostumado a ver. Na verdade trata-se de uma enorme depressão (chamada caldeira), uma cratera vulcânica colapsada no subsolo terrestre com dezenas de quilômetros de diâmetro.

O vulcão Solfatara nasceu há apenas 3700 anos. Ele é um vulcão relativamente jovem se comparado com os Campi Flegrei, que tem cerca de 40.000 anos de idade. Os Campos Flegrei são muito vastos e medem cerca de 150 km² e ele inclui até mesmo as ilhas de Procida e Ischia.

Cerca 30 pequenos vulcões fazem parte da área dos Campi Flegrei. São quase todos extintos, exceto o Solfatara, que dorme, e por isso você pode visitá-lo sem medo. Vai tranquilo, porque se um dia o Campi Flegrei resolver explodir, não é só Nápoles que vai sumir, mas – dizem os cientistas – praticamente o mundo inteiro! 🙂

 

A visita ao vulcão Solfatara

O vulcão Solfatara está situado exatamente na cidade de Pozzuoli, a cerca de 16km de Nápoles. Pertinho.

vulcão Solfatara

A entrada do parque onde está o vulcão Solfatara

 

Apesar do dia frio e chuvoso, decidimos encarar o passeio. Lá no parque onde está o vulcão Solfatara nos esperava nosso guia, Marco Apostolico, um excelente guia super preparado e que sabia tudo sobre os Campi Flegrei.

Antes de chegar na caldeira do vulcão em si, é necessário passar por um bosque com plantas típicas da área do Mediterrâneo. Seria um dos poucos lugares “verdes” do parque, porque lá onde está a cratera do Solfatara não nasce quase nada!

vulcão Solfatara

 

A caminhada pelo bosque foi relativamente curta, mas se tornou um pouco complicada por causa da lama. Cerca de 10 minutos depois, eis que começo a sentir o odor característico do enxofre (ovo podre). Então avistamos as primeiras fumarolas, as fumaças contendo vapor d’água e gases que saem das aberturas no solo.

 

A cratera do Vulcão Solfatara

A cratera do vulcão Solfatara, apesar de estar no subsolo, pode ser facilmente identificada. Isso porque, graças à temperatura do solo e à quantidade de enxofre presente nele, lá não nasce nada.

 

vulcão Solfatara

A chamada “Fangaia” (lamaçal) se forma a partir da água da chuva e da condensação do vapor d’água que, misturando-se com argila, forma a lama, que ferve por causa da alta temperatura do solo. A lama é utilizada para fins terapêuticos e tem muitos minerais, como sódio, boro, magnésio, zinco, iodo, etc.  Da Fangaia também saem gases a uma temperatura que vai de 170° a 250°C.

Fiquei pasma com as casas construídas na beira da cratera. Nosso guia contou que aqueles edifícios foram construídos justamente para acolher as pessoas que perderam suas casas no terremoto dos anos 80. Ou seja, trocaram seis por meia dúzia! Queria saber quem teve a brilhante ideia de construir na beira da cratera de um vulcão ativo.

A caldeira do Solfatara é como uma enorme panela, cuja tampa é o solo onde pisamos. Em toda a área dos Campi Flegrei acontece um fenômeno chamado Bradissismo, ou seja, a terra se move lentamente com movimentos imperceptíveis, os vapores e gases fazem pressão contra a superfície e o solo sobe e desce. Imaginem que durante o último terremoto dos anos 80 a terra se elevou cerca de 1,60m.

vulcão Solfatara

As fumarolas

 

Dá para se aproximar um pouco das fumarolas e ver de perto o quanto a natureza é incrível. Da chamada “Bocca Grande”, principal fumarola do Solfatara, saem vapores onde há minerais como realgar, sulfeto de mercúrio e ouro-pigmento. Por sua vez, estes se acumulam nas rochas , dando a elas uma cor amarelo-avermelhada.

 

Se aguentar o cheiro, dá para chegar perto, mas é necessário ter cuidado pois os gases saem a uma temperatura de 120/160ºC.

 

Como chegar ao Vulcão Solfatara

De trem: com a linha 2 que parte da estação da Piazza Garibaldi (estação do metrô de Nápoles, embaixo da estação ferroviária central) e descer na estação de Pozzuoli-Solfatara (fim de linha do metrô).

Dali até a entrada do parque são 800m, então dá para ir caminhando. Se não quiser fazer esse percurso a pé, há um ônibus que passa na frente da estação de Pozzuoli (linha P9) e para na frente da entrada do parque Solfatara.

 

Informações úteis

  • O parque Solfatara fica aberto todos os dias, das 8h30 às 16h30 (até as 19h de abril a outubro);
  • Ingresso: Inteiro 8 euros; crianças até 4 anos não pagam e de 5 a 12 anos pagam 5 euros. Quem tiver o Campania Artecard tem direito a 20% de desconto.
  • Os passeios no vulcão Solfatara são feitos por conta própria. No preço do bilhete não estão incluídos guias, mas você pode participar de um tour guiado. Veja AQUI
  • Para mais informações, visite o site www.vulcanosolfatara.it.
LEIA TAMBÉM:  Vulcão Stromboli: curiosidades sobre o "Farol do Mediterrâneo"

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