Se você é apaixonado por arqueologia e pela história da Sicília grega, não pode deixar de conhecer o Salinas, o museu arqueológico de Palermo.
O museu, intitulado ao arqueólogo e colecionador de moedas antigas, Antonino Salinas, é um dos mais importantes museus arqueológicos da Itália. Ele atualmente passa por uma fase de restauração, por isso nem todas as salas estão abertas. Mesmo assim, vale a pena a visita, visto a beleza das peças expostas, das novas salas e do contexto em que o museu se encontra.
O Museu Arqueológico de Palermo está situado em um antigo convento dos Padres Oratorianos de São Filipe Néri do século XVI. Em 1866, após a supressão desta ordem religiosa com o advento do novo Reino da Itália, o convento deu lugar ao museu. Enfim, Antonino Salinas foi o diretor por mais de 40 anos, trabalhando incansavelmente para o enriquecimento da instituição. De fato, graças a ele, o museu recebeu as descobertas provenientes de Selinunte, bem como de Mozia e Tindari, entre outras.

Logo na entrada no museu, no claustro menor, fica a linda Fontana del Tritone, realizada em 1574 pelo escultor Battista del Cavaliere.
O museu e suas peças
O novo percurso de exposição se desenvolve em torno dos dois lindos claustros do antigo convento e também inclui as celas da ala norte do Claustro Maior, recuperadas e transformadas em novos espaços de exposição.
As obras expostas fora do Claustro Maior e nas celas ao longo do corredor provêm de aquisições realizadas entre o final do século XVIII e o início do século XIX, e de algumas escavações conduzidas pela Comissão de Arqueologia e Belas Artes nas cidades de Tindari, Termini Imerese, Taormina, Haleasa, Centuripe, Randazzo e Agrigento.
Além disso, nesta ala também se encontram obras importantes já conhecidas, como o chamado “torso dello Stagnone”. Há ainda o famoso sarcófago fenício de Cannita e a estátua colossal de Zeus de Solunto, cuidadosamente restaurada.

Tronco de uma estátua encontrada na Lagoa do Stagnone, época fenícia.
Fiquei muito impressionada com a beleza da estátua de Zeus, mas as coleções que mais chamaram a minha atenção foram as requintadas jóias provenientes da necrópole de Tindari. De lá também vêm algumas esculturas importantes do período romano, várias inscrições e um relógio de mármore original.
No lado oeste do Claustro Maggiore, uma pequena sala conta a história da escrita, incluindo a famosa Pedra de Palermo. É o registro de cerca de 700 anos de vida egípcia, e das cinco primeiras dinastias (3100-2300 a.C.). Em suma, uma peça extraordinária doada ao Museu Nacional em Palermo em 1877 pelo advogado Ferdinando Gaudiano.
Na mesma sala são colocadas, pela primeira vez exibidos juntos, três dos oito decretos entellini inscritos em placas de bronze.
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Não se preocupe, pois odiamos spam! Enviamos no máximo um e-mail por mês.Os achados de Selinunte
É dedicada a Selinunte toda a ala leste do museu, com suas oito salas que giram em torno do terceiro pátio do ex-convento. Uma sala, na qual está localizada uma maquete da antiga colônia grega com vista para o Mediterrâneo, nos dá uma pequena introdução sobre a história e como era a vida na cidade.
O percurso segue focalizando as questões mais relevantes, dando uma ideia da grandeza e da complexidade da mais ocidental das cidades gregas da Sicília: os cultos, a arquitetura, a escultura, a ideologia funerária concluindo com a vida da cidade após a sua destruição no ano 409 a.C. pelos cartagineses liderados por Aníbal. Muias são, neste setor, as peças em exibição pela primeira vez.
Neste setor também se encontram alguns objetos votivos do Santuário de Deméter Malophoros – incluindo numerosos objetos metálicos, tais como armas, anzóis ou ferramentas agrícolas – além de muitos objetos valiosos encontrados no século XIX e do século XX em várias necrópoles da cidade edecorações em terracota dos antigos templos de Selinunte.
O ponto alto do setor relacionado a Selinunte é a sala onde estão expostas famosas métopas dos templos de Selinunte, conhecidas como a arte escultural grega mais importante do Ocidente. Nesta sala ficava o antigo refeitório do convento e agora, com a restauração do museu, a sala está linda e bem iluminada.
Assim, você pode ver as belas decorações dos templos C e E, a reconstrução do frontão leste do mesmo templo C. Além disso, tem também a “Tábua Selinuntina”, que foi descoberta em 1871 no templo G, o maior, e contém, entre outras coisas, uma lista dos cultos religiosos praticados na cidade.
Uma dica:
Certamente a visita ao Museu Arqueológico de Palermo poderá se tornar ainda mais interessante se você já tiver visitado Selinunte ou Solunto. Por isso, indico que tente organizar também uma visita a esses dois esplêndidos sítios arqueológicos!
Se você quiser conhecer o museu e um pouco da história das colônias gregas da Sicília, faça um tour privativo em português com a Raffaella! Saiba Mais.
Informações úteis
- Horários de abertura: de terça a sábado, das 9h30 às 13h30 e das 14h30 às 17h30; domingos e feriados, das 9h30 às 13h30. Fechado às segundas-feiras.
- Ingresso: A entrada custa 6 euros, mas os menores de 18 anos entram grátis!
IMPORTANTE:
Para entrar nos museus e parques arqueológicos da Itália, é necessário apresentar o Green Pass, isto é, o certificado de vacinação da COVID-19, um certificado de recuperação (menos de 6 meses) ou resultado de RT-PCR/antígeno negativo (máx. 48h). Por outro lado, os visitantes de países que não adotaram o Green Pass podem entrar nos museus e locais de cultura mediante apresentação de certificação equivalente (ou seja, que apresente os mesmos dados do green pass) e que, no caso de vacinação, ateste o uso de uma das vacinas autorizadas na Itália (Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen). Além disso, também será necessário mostrar um documento de identidade. Estas medidas valem se aplicam a todas as pessoas com idade a partir de 12 anos.