Pompeia é um dos lugares mais amados da nossa maravilhosa Itália, visitado por turistas provenientes do mundo inteiro.
Após a erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C, a antiga cidade romana de Pompeia ficou perdida por séculos, e hoje em dia é uma das áreas arqueológicas mais famosas do mundo.
No entanto, ainda não se sabe tudo sobre Pompeia, mas aqui vão 10 fatos interessantes sobre a cidade que parou no tempo.
10 Curiosidades sobre Pompeia, Itália

Pompeia, Itália, vista do alto – Foto: WikiCommons. A área arqueológica de Pompeia cobre uma área de 66 héctares, ou seja, cerca de 660 campos de futebol. Engana-se redondamente quem acha que consegue ver Pompeia em 30 minutos (acredite, há quem pense isso).
1. Ninguém sabia que o Vesúvio era um vulcão
Os habitantes de Pompeia não tinham ideia do perigo com o qual estavam lidando. Ninguém sabia que o Vesúvio era um vulcão, uma vez que ele não entrava em erupção há mais de 1800 anos. De fato, para a população, tratava-se apenas de um monte. Costumava acontecer terremotos na época, mas os moradores locais não deram muita importância a esses sinais de alerta.
2. Era uma cidade muito próspera e cheia de bordéis
Pompeia era uma cidade altamente desenvolvida, habitada por pessoas ricas, com mansões (as Domus romanas) e com muitos monumentos. Tinha cerca de 15.000 habitantes que precisavam, claro, de distração.
A presença de um teatro e um anfiteatro também indicam que Pompeia era uma cidade rica, que precisava de espaços dedicados ao entretenimento de seus moradores. Havia também muitas termas. Além disso, o centro da vida da cidade era o Fórum, onde grande parte da vida política, religiosa e comercial acontecia.
Durante as escavações, os arqueólogos descobriram 25 bordéis espalhados por toda a cidade. De fato, existem numerosos afrescos eróticos preservados dentro dos bordéis, que exibem os serviços em um menu ilustrativo. O maior e mais preservado bordel encontrado é o Lupanare. O nome vem de ‘Lupa’ (loba), que era uma gíria que significa prostituta.
3. Os pompeianos cuidavam bem dos dentes
Quando Pompeia foi redescoberta e escavada no século XVIII, foram encontrados também os esqueletos dos cidadãos. Esses restos mantinham informações vitais desses seres antigos, mostrando a causa de suas mortes, seus costumes e seus atributos físicos.
Os profissionais que estudavam os restos mortais não eram apenas arqueólogos, mas uma equipe de engenheiros de computação, radiologistas, médicos, historiadores e ortodontistas. Enfim, usando suas diferentes áreas de especialização, essas equipes conseguiram descobrir detalhes inacreditáveis sobre as vítimas de Pompéia.
Por exemplo, um desses detalhes foi a descoberta dos dentes das pessoas, os quais eram bastante saudáveis para a época. Usando a tomografia, um processo de criação de uma imagem 2D a partir de um objeto 3D, os cientistas puderam analisar os esqueletos detalhadamente. Eles observaram que, apesar de terem de algumas cáries, provavelmente devido à falta de atendimento odontológico e know-how, os antigos pompeianos tinham realmente uma boa dentição.
Os cientistas acreditam que isso se deu ao fato dos habitantes da antiga Pompeia se alimentarem bem, seguindo uma dieta que era rica em frutas e vegetais e pobre em açúcar, algo que poderíamos tomar como lição.
Outra razão para as boas condições dos dentes, são os altos níveis de flúor presentes no ar e na água influenciados pelo vulcão Vesúvio.
4. Nem todos morreram logo

Quadro “O último dia de Pompéia”, de Karl Brjullov, uma pintura de 1830 exposta no Museu Estatal Russo em São Petersburgo.
Na nossa imaginação, um vulcão entra em erupção e a lava sai destruindo tudo. Bem, no caso de Pompeia não foi exatamente assim. Primeiro houve uma explosão e a cidade foi atingida por uma chuva de lapilli (pedras incandescentes emitidas pelo vulcão) que durou até o dia seguinte.
Escavações recentes descobriram que Pompeia foi destruída no mês de outubro, não em agosto como se acreditava.
Os pompeianos que permaneceram vivos tentaram se abrigar nas casas ou esperavam escapar, mas, às 7h30 da manhã, uma descarga violenta de gás tóxico e cinzas devastou a cidade e infiltrou-se em todos os lugares, queimando todos aqueles que não haviam conseguido escapar.
Além disso, uma chuva de cinzas muito finas aderiu às formas dos corpos e às dobras da roupa das pessoas. E aí quando, depois de dois dias, a fúria dos elementos da natureza diminuiu, toda a área parecia diferente: um cobertor branco envolvia tudo.
Segundo os registros encontrados em Pompeia, estima-se que 2.000 cidadãos de um total de 15.000 morreram na cidade devido à erupção.
5. O vento foi culpado por parte da tragédia
Sem dúvida, os habitantes da antiga Pompeia tiveram azar. Se a erupção tivesse ocorrido em outro dia, eles provavelmente teriam tido mais chances de escapar. Em Pompeia, o vento costuma soprar na direção sudoeste durante o período de verão, ou seja, da terra para o mar.
No entanto, naquele dia terrível, o vento em Pompeia soprou na direção noroeste, fazendo com que as cinzas da erupção mortal fossem sopradas diretamente em direção à cidade.
6. A cidade ficou soterrada por mais de 1500 anos
É difícil imaginar como uma cidade inteira pode ser exterminada e esquecida da história humana, mas não podemos culpar ninguém por isso, já que Pompeia permaneceu enterrada sob cinzas vulcânicas por séculos.
Somente em 1599 Pompeia foi acidentalmente redescoberta pelo arquiteto suíço Domenico Fontana, enquanto ele escavava um túnel para a passagem de água.
Quando as escavações começaram a tocar o terreno preto e cinza da antiga Pompeia, moedas de ouro, lápides e inscrições em latim começaram a emergir do chão. Logo foram vistas as paredes vermelhas que abrigavam mosaicos e pisos de mármore perfeitamente preservados. Domenico então decidiu cavar um poço para ir mais fundo. Mal sabia que ele era o primeiro homem, depois de um milênio e meio, a passear pelas ruas mortas de um “bairro” de Pompeia.
Essa caminhada subterrânea foi apenas a ponta do iceberg que teria sido descoberta 150 anos depois pelo espanhol Joaquin de Aucubierre, em nome do rei Carlos de Bourbon.
7. Não são exatamente corpos petrificados aqueles expostos
Uma imagem clássica que temos de Pompeia são aquelas de corpos petrificados, alguns em posição fetal, expostos aos visitantes. Não são os corpos, mas sim moldes de gesso!
Em 1860, o arqueólogo Giuseppe Fiorelli se encarregou das escavações de Pompéia. Durante as primeiras escavações, foram notados espaços vazios que continham restos humanos.
Foi Fiorelli quem percebeu a razão por trás desses vazios: o material vulcânico havia coberto os corpos dos mortos, endurecendo-os com firmeza e, à medida que o corpo e as roupas se deterioravam, ficava um vazio. Esse espaço vazio representava a forma exata do cadáver no momento da morte. Por isso, Fiorelli desenvolveu a técnica de injetar gesso nos espaços vazios para recriar as formas das vítimas da tragédia.
8. Pompeia, Itália: a “cidade dos mortos”
Pompéia foi descrita pela primeira vez como “cidade dos mortos” pelo romancista Sir Walter Scott, que constantemente murmurava essas palavras enquanto passeava pelas escavações, carregado em uma liteira (uma espécie de cadeira portátil).
9. Pompeia, Itália: um Patrimônio da Humanidade
A área arqueológica de Pompeia foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1997. É um lugar que precisa ser muito tutelado.
Imaginem que os objetos enterrados sob a cidade antiga foram preservados por quase 2000 anos, mas após serem desenterrados, forças naturais e artificiais levaram ao seu declínio. Isso preocupa muito os arqueólogos e, por isso, Pompeia também foi incluída na World Monuments Watch de 1996 pelo World Monuments Fund, e novamente em 1998 e em 2000.
Estima-se que sejam necessários 335 milhões de dólares para a conservação do local.
10. Pompeia não está congelada no tempo nem é uma cápsula do tempo perfeita
A erupção do Vesúvio causou grandes danos, como incêndios e desabamentos. Por isso, a maioria dos habitantes da cidade escapou para o interior da região, embora não tenhamos ideia de quantos morreram lá. Eles levaram pequenos objetos de valor, como moedas e jóias. Por outro lado, materiais orgânicos como lençóis, cobertores, roupas, cortinas, foram quase todos destruídos.
As primeiras escavações formais no século XVIII foram pouco mais que exercícios de caça ao tesouro, o que significa que os registros de descobertas são fracos ou inexistentes. Também há evidências de que alguns achados, como pinturas nas paredes e cerâmica, foram destruídos propositalmente, porque não eram considerados de alta qualidade! Todos esses fatores fazem de Pompeia um local desafiador para se estudar.
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Enfim, qual desses fatos lhe pareceu mais fascinante? Você acha que Pompeia (Itália) esconde mais segredos que ainda precisamos desvendar?
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